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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SALMOS 14-21

 

 

 

 

SALMO 14

TÍTULO
Este poema admirável tem um título simples: "Para o mestre da música. Por Davi". A dedicatória ao mestre da música encabeça cinqüenta e três salmos e indica claramente que tais salmos visavam, não apenas o uso particular de crentes, e sim serem cantados nas grandes assembléias pelo coro, cujo mestre era o supervisor ou o superintendente, chamado em nossa versão "o músico mestre", e por Ainsworth, "o mestre da música". Vários destes salmos têm pouco ou nenhum louvor, e não se dirigiam diretamente ao Altíssimo, contudo, deviam ser cantados em culto público, o que indica que a teoria de Agostinho, reavivada recentemente por certos criadores de hinários, de nada ser cantado a não ser louvor, é muito mais ilusório do que bíblico. Não só a Igreja antiga entoava como cantochão a doutrina santa e oferecia oração entre seus cânticos espirituais, mas mesmo as notas lamentosas de queixas eram colocadas em sua boca pelo doce cantor de Israel, inspirado por Deus. Algumas pessoas se agarram a qualquer minúcia com uma falsa aparência de correto, e se deleitam de serem mais precisos do que outras; não obstante, será para sempre o modo de homens simples, não só o de magnificar o Senhor em cânticos sagrados, como, segundo o preceito de Paulo, o de ensinar e admoestar uns aos outros em salmos e hinos e cânticos espirituais, cantando com graça em seus corações ao Senhor.

Como nenhum título que o distinga é dado a este salmo, sugerimos como ajuda à memória, o título COM RESPEITO AO ATEÍSMO PRÁTICO. As muitas conjecturas quanto à ocasião na qual foi escrito são tão completamente sem fundamento, que seria perda de tempo mencioná-las. O apóstolo Paulo, em Romanos 3, mostrou que o desígnio geral do escritor inspirado é mostrar que tanto judeus como gentios estão todos sob o pecado; não havia razão nenhuma, portanto, de se fixar qualquer ocasião histórica em particular, quando toda a história cheira mal com provas terríveis de corrupção humana. Com alterações edificantes, Davi nos deu, no salmo 53, uma segunda edição deste salmo humilhante, sendo movido pelo Espírito Santo a declarar assim duplamente uma verdade que é sempre desagradável a mentes carnais.

DIVISÃO
O credo tolo do mundo (versículo 1); sua influência prática em corromper a moral, 1, 2, 3. As tendências perseguidoras de pecadores, 4; seus alarmes, 5; sua zombaria dos piedosos, 6; e uma prece pela manifestação do Senhor para alegria de seu povo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A loucura do ateísmo.
VERS. 1. Ateísmo do coração. Um dos sermões sobre o coração, de Jamieson.
VERS. 1 (versículo todo). Descreva:
1. Sua fonte:
2. O tolo que tem o credo: ou portanto, o ateísmo.
3. Sua fonte: "o coração".
4. Seu credo: "nenhum Deus".
5. Seus frutos: "corruptos".
VERS. 1.
1. A grande fonte de pecado - a alienação de Deus.
2. O local do domínio - o coração.
3. Seu efeito sobre o intelecto - torna o homem um tolo.
4. Suas manifestações na vida - atos de comissão e omissão.
VERS. 1. (última cláusula). A lanterna de Diógenes. Levante-a sobre todas as classes e denuncie seus pecados.

VERS. 2.
1. Procura condescendente.
2. Súditos favorecidos.
3. Intenções generosas.
VERS. 2. O que Deus procura, e o que nós devemos procurar. Os homens, em geral, enxergam rapidamente as coisas que têm a ver com seu próprio caráter.

VERS. 2, 3. A procura de Deus por um homem naturalmente bom; o resultado; lições a serem aprendidas com isso.
VERS. 3. Total depravação da raça.

VERS. 4. "Será que nenhum dos malfeitores aprende?" Nenhum tem conhecimento? Se os homens conhecessem ao certo Deus, sua lei, o mal do pecado, o tormento do inferno, e outras grandes verdades, pecariam como pecam? Ou se sabem essas coisas e continuam em suas iniqüidades, como são culpados, e como são tolos! Responda a pergunta tanto positiva como negativamente, e ela dará matéria para uma fala penetrante.
VERS. 4 (primeira cláusula). O pecado gritante de transgredir a luz e o conhecimento.
VERS. 4 (última cláusula). Ausência de oração, um sinal certo de um estado sem a graça.

VERS. 5. Os temores tolos daqueles que não têm temor de Deus.
VERS. 5. Como o Senhor está perto dos justos; as conseqüências para o perseguidor, e o encorajamento para os santos.

VERS. 6. A sabedoria de fazer do Senhor o nosso refúgio (John Owen).
VERS. 6. Descreva:
1. O homem pobre pretendido aqui.
2. Seu conselho.
3. Sua repreensão.
4. Seu refúgio.
VERS. 6. Confie em Deus, um tema do qual apenas os tolos zombariam. Mostre a sabedoria do tema.

VERS. 7. Anseios pela vinda do advento.
VERS. 7. "De Sião." A igreja, o canal de bênçãos para os homens.
VERS. 7. Discurso para promover o reavivamento.
1. Condição freqüente da igreja: "cativeiro".
2. Meio de avivamento - a vinda do Senhor em graça.
3. Conseqüências, "exultação", "regozijo".
VERS. 7. Cativeiro da alma. O que é. Como é estabelecido. Como se efetua. Com que resultados.

SALMO 15

ASSUNTO
Este salmo de Davi não tem dedicatória que indique a ocasião em que foi escrito, mas é muitíssimo provável que, junto com o salmo 24, com o qual possui marcante semelhança, sua composição tenha sido de alguma forma ligada à remoção da arca para o monte santo de Sião. Quem assistia, quem cuidava da arca não era assunto insignificante, porque, como pessoas não autorizadas, tinham penetrado na missão, Davi não pôde na primeira ocasião completar seu propósito de levar a arca para Sião. Na segunda tentativa, ele foi mais cuidadoso, não só passando o encargo de carregar a arca para os levitas conforme divinamente nomeados (1Cr 15.2), mas também deixando-o a cargo do homem cuja casa o Senhor havia abençoado, que era Obede-Edom, que com os muitos filhos ministrou na casa do Senhor (1Cr 26.8-12). Espiritualmente, temos aqui uma descrição do homem que é uma criança em casa na Igreja de Deus na terra, e que habitará a casa do Senhor para sempre lá em cima. Ele é essencialmente Jesus, o homem perfeito, e nele todos aqueles que pela graça são conformados à sua imagem.

DIVISÃO
O primeiro versículo faz a pergunta; os restantes a respondem. Chamaremos o salmo A PERGUNTA E RESPOSTA.

 DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Requisitos para ser membro da igreja na terra e no céu. Um assunto para autocrítica.
VERS. 1.
1. Comparação entre a igreja e o tabernáculo. A presença de Deus manifesta, sacrifício oferecido e vasos de graça preservados nele; inferiores e desprezíveis no exterior, gloriosos no interior.
2. Comparação de sua dupla posição à do tabernáculo. Móvel no deserto, e fixa sobre o monte.
3. Investigue qualificações para ser admitido na igreja e no tabernáculo. Faça um paralelo com os sacerdotes.
VERS. 1. A grande pergunta. Pergunta feita por mera curiosidade, desespero, temor piedoso, pergunta sincera, alma preocupada com quedas de outros, fé santa. Dê resposta a cada uma.
VERS. 1. O cidadão de Sião é descrito. Sermão, como o de Thomas Boston.
VERS. 1. Ansiedade por conhecer os verdadeiros santos, até onde é permitido e proveitoso.
VERS. 1. Deus é o único observador infalível dos verdadeiros santos.
 VERS. 2. "Aquele que é íntegro em sua conduta."
1. O que ele precisa ser. Precisa ser direito, aprumado, em seu coração. Um homem torto não pode andar no prumo.
2. Como ele deve agir. Nem por impulso, ambição, ganho, temor ou bajulação. Não pode ficar encurvado para qualquer direção, deve manter-se reto.
3. O que ele deve esperar. Ciladas, armadilhas que o façam tropeçar.
4. Onde ele deve andar. No caminho do dever, o único em que pode andar em boa postura.
5. Onde ele deve olhar. Para cima, diretamente para cima, e então ele será reto.
VERS. 2. "De coração fala a verdade." Assunto: falsidade de coração e verdade de coração.
VERS. 2 (primeira cláusula). O cidadão de Sião, um caminhante reto.
VERS. 2 (cláusula do meio). O cidadão de Sião, um operador de retidão.
VERS. 2 (última cláusula). O cidadão de Sião, um falador da verdade. Tema usado em quatro sermões por Thomas Boston.

VERS. 3. Os males da crítica. Afeta três pessoas mencionadas aqui: o difamador, o vizinho sofredor e o que passa adiante a calúnia.
VERS. 3. "E não lança calúnia contra o seu próximo." O pecado de estar muito disposto a acreditar em rumores. É comum, cruel, tolo, injurioso, ímpio.

VERS. 4. O dever de honrar de modo prático os que temem o Senhor. Com elogio, respeito, assistência, imitação.
VERS. 4. O pecado de medir as pessoas por outros critérios e não pelo seu caráter prático.
VERS. 4 (última cláusula). O Senhor Jesus como nossa segurança imutável, sua promessa infalível e sua mágoa quando fica triste conosco.

VERS. 5. As evidências e os privilégios de homens piedosos.
VERS. 5 (última cláusula). Os piedosos são inabaláveis e seguros.

SALMO 16

TÍTULO
O Michtam de Davi. Seu sentido é geralmente entendido como o SALMO DOURADO, e tal título é muito apropriado por ser a matéria como o mais fino ouro. Ainsworth o denomina "A jóia de Davi, ou o cântico notável". O dr. Hawker, que está sempre atento para passagens interessantes, clama piedosamente: "Alguns têm-no chamado de precioso, outros, de dourado, e outros ainda, de jóia preciosa; e como o Espírito Santo, pelos apóstolos Pedro e Paulo, nos mostrou que é todo sobre o Senhor Jesus Cristo, o que aqui é dito sobre ele é precioso, é dourado, é realmente uma jóia!" Não nos deparamos antes com o termo Michtam, mas ao chegarmos aos salmos 56, 57, 58, 59 e 60, nós o veremos de novo, e observaremos que, como o presente, esses salmos, embora comecem com oração, e dêem a entender dificuldades, estão cheios de santa confiança e terminam com cantos de certeza quanto à segurança e alegria final. O dr. Alexander, cujos comentários são de valor inestimável, acredita que a palavra seja, provavelmente, mais um simples derivado de uma palavra que significa esconder, significando um segredo ou mistério, e que indica a profundidade de importância doutrinária e espiritual contida nestas composições sacras. Se esta for a verdadeira interpretação, está bem de acordo com a outra, e quando as duas se unem, compõem um nome do qual todo leitor se lembrará, e que trará imediatamente à lembrança o assunto precioso: O SALMO DO PRECIOSO SEGREDO.

ASSUNTO
Não nos restam apenas os intérpretes humanos para termos a chave para esse mistério dourado, pois, falando pelo Espírito Santo, Pedro nos diz: "Davi falou com respeito a ELE" (At 2.25). Mais adiante neste seu sermão memorável, ele disse: "Irmãos, posso dizer-lhes com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado, e o seu túmulo está entre nós até o dia de hoje. Mas ele era profeta e sabia o que Deus lhe prometera sob juramento, que colocaria um dos seus descendentes em seu trono. Prevendo isso, falou da ressurreição do Cristo, que não foi abandonado no sepulcro e cujo corpo não sofreu decomposição" (Atos 2.29-31). Nem é este nosso único guia, pois o apóstolo Paulo, dirigido pela mesma inspiração infalível, cita este salmo e testifica que Davi escreveu sobre o homem através de quem se prega a nós o perdão de pecados (At 13.35-38). Em geral, os comentadores têm aplicado o salmo tanto a Davi, aos santos, e ao Senhor Jesus, mas nós arriscaremos crer que nele "Cristo é tudo", visto que nos versículos 9 e 10, como os apóstolos no monte, nós podemos ver "nenhum homem senão somente a Cristo".

DIVISÃO
O todo é tão compacto que é difícil desenhar linhas definidas de divisão. Talvez baste notar a oração de fé do Senhor, versículo 1; a confissão de fé em Jeová somente, 2, 3, 4, 5; o contentamento de sua fé no presente, 6, 7; e a alegre confiança de sua fé para o futuro (8, 11).

DICAS PARA O PREGADOR
Michtam de Davi. Sob o título de "O salmo dourado", Canon Dale publicou um pequeno volume, valioso por ser uma série de boas dissertações simples, mas talvez não devesse ter sido chamado de "uma exposição". Achamos por bem dar os cabeçalhos dos capítulos nos quais seu volume está dividido, porque há muito brilho, e pode haver alguma solidez nas sugestões.
VERS. 1. A procura do ouro. O crente cônscio do perigo, confiando somente em Deus por livramento.

VERS. 2, 3. A posse do ouro. O crente procura justificação apenas na justiça de Deus, enquanto mantém a santidade pessoal por meio do companheirismo com os santos.

VERS. 4, 5. A prova do ouro. O crente encontra sua porção presente e espera sua herança eterna no Senhor.

VERS. 6. A apreciação ou valorização do ouro. O crente se congratula pelo quanto é agradável sua habitação e quão boa a sua herança.

VERS. 7, 8. A utilização do ouro. O crente busca instrução dos conselhos do Senhor à noite, e realiza sua promessa de dia.

VERS. 9, 10. A somatória ou o cálculo do ouro. O crente se alegra e louva a Deus pela promessa de um descanso em esperança e da ressurreição na glória.

VERS. 11. O aperfeiçoamento do ouro. O crente realiza à mão direita de Deus a plenitude de alegria e os prazeres para todo o sempre.

Sobre este salmo, oferecemos algumas sugestões, selecionadas dentre muitas:
VERS. 1. A oração e a petição. Aquele que preserva, e aquele que confia. Os perigos dos santos e o local de sua confiança.

VERS. 2. "Tu és o meu Senhor." A alma com sua apropriação, lealdade, segurança e voto de dedicação.

VERS. 2, 3. A influência e a esfera da bondade. Nenhum lucro para Deus, ou para santos ou pecadores que já partiram, mas sim para homens vivos. Necessidade de presteza.
VERS. 2, 3. Evidências de fé verdadeira.
1. Lealdade à autoridade divina.
2. Rejeição de justiça própria.
3. Prática do bem aos santos.
4. Apreciação de excelência santa.
5. Deleite na sociedade deles.
VERS. 3. Os notáveis na terra. A tradução pode ser nobres, maravilhosos, magníficos. São assim em seu novo nascimento, natureza, roupas, atendimento, herança.
VERS. 3. "Em quem está todo o meu prazer." A razão pela qual os cristãos devem ser objetos de nosso prazer. Por que não nos deleitamos mais neles. Por que eles não se deleitam em nós. Como tornar mais prazerosa nossa comunhão, nosso tempo juntos.
VERS. 3. Sermão de coleta para crentes pobres.
1. Santos.
2. Santos sobre a terra.
3. Estes são excelentes.
4. Nós precisamos ter prazer neles.
5. Nós precisamos estender a eles a nossa bondade (Matthew Henry).

VERS. 4. As tristezas da idolatria ilustradas em pagãos e em nós mesmos.
VERS. 4 (segunda cláusula). O dever de separar-se completamente dos pecadores na vida e na conversa.

VERS. 5. A herança futura e o copo presente encontram-se em Deus.

VERS. 6.
1. "Lugares agradáveis." Belém, Calvário, Monte das Oliveiras, Tabor, Sião, o Paraíso.
2. Propósitos agradáveis, que fizeram essas divisas caberem a mim.
3. Louvores agradáveis. Por serviço, sacrifício e cântico.
VERS. 6. (segunda cláusula).
1. Uma herança.
2. Uma boa herança.
3. Eu a tenho.
4. Sim, ou o testemunho do Espírito.
VERS. 6. "Uma boa herança." O que faz bela a nossa porção é:
1. A estima de Deus com ela.
2. O fato de vir da mão do Pai.
3. Que vem através do pacto da graça.
4. Que é a aquisição do sangue de Cristo.
5. Que é uma resposta de oração, e uma bênção do alto sobre empenhos honestos.
VERS. 6. Podemos colocar esse reconhecimento na boca de:
1. uma criança favorecida pela providência.
2. um habitante deste país favorecido com o Evangelho.
3. um cristão com respeito à sua condição espiritual (William Jay).

VERS. 7. Aceitar a opinião de um conselheiro. De quem? Sobre o quê? Por quê? Quando? Como? E depois?
VERS. 7. Para cima e para dentro, ou duas correntes de instrução.

VERS. 8. Coloque o Senhor sempre diante de si como:
1. seu protetor.
2. seu líder.
3. seu exemplo.
4. seu observador (William Jay).

VERS. 8, 9. Uma percepção da presença divina é o nosso melhor apoio. Isso nos dá:
1. Uma boa confiança a respeito das coisas externas. "Não serei abalado."
2. Alegria boa no íntimo. "Meu coração se alegra."
3. Música boa para a língua viva. "No íntimo exulto."
4. Esperança boa para o corpo que morre. "Mesmo o meu corpo".
VERS. 9. (última cláusula).
1. O sábado dos santos (descanso).
2. O seu sarcófago (tranqüilo - em esperança).
3. A sua salvação (pela qual ele espera).

VERS. 9, 10. Jesus foi alegrado aguardando a morte pela segurança de sua alma e corpo, e nosso consolo nele é no mesmo sentido.
VERS. 10. Jesus morto, o lugar de sua alma e de seu corpo. Tópico difícil, porém, interessante.

VERS. 10, 11. Porque ele vive nós também viveremos. Os crentes, portanto, também podem dizer: "Tu me farás conhecer a vereda da vida." Essa vida significa a bem-aventurança reservada no céu para o povo de Deus após a ressurreição. Tem três características. A primeira diz respeito à sua fonte - flui da "tua presença". A segunda é a respeito de sua plenitude - é "plenitude de alegria". A terceira é sobre sua permanência - "eterno prazer" (William Jay).
VERS. 11. Um doce quadro do céu.

SALMO 17

TÍTULO E ASSUNTO
Uma oração de Davi. Davi não teria sido um homem segundo o coração de Deus se não tivesse sido um homem de oração. Ele era um mestre da arte sagrada da súplica. Ele corre para a oração em todos os tempos de necessidade, como o comandante de navio que acelera a velocidade para chegar ao porto na premência de uma tempestade. Tão freqüentes eram as orações de Davi que não podiam todas ser datadas e intituladas; e por isso este salmo simplesmente leva o nome do autor. O cheiro da fornalha está sobre este salmo, mas há evidência, no último versículo, de que quem o escreveu saiu incólume da chama. Nós temos neste cântico lamentoso UM APELO AO CÉU por causa das perseguições da terra. Um olho espiritual pode ver Jesus aqui.

DIVISÃO
Não há linhas de demarcação muito claras entre as partes: mas nós preferimos a divisão adotada por David Dickson, precioso comentarista. Nos versículos de 1 a 4, Davi clama por justiça na controvérsia entre ele e seus opressores. Nos versículos 5 e 6, solicita do Senhor a graça para agir corretamente sob a tribulação. Nos versículos de 7 a 12, ele busca proteção de seus inimigos, a quem descreve nitidamente; e nos versículos 13 e 14, roga para que eles possam ficar desapontados; encerrando com uma confiança tranqüila de que tudo, com certeza, ficará bem com ele no final.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A voz de Jesus - nossa justiça e nossa própria voz. Trabalhe ambos os pensamentos subindo ao ouvido do céu, notando as qualidades de nossa oração como indica a linguagem do salmista, tais como sinceridade, perseverança.

VERS. 2. "Venha de ti a sentença em meu favor."
1. Quando virá.
2. Quem tem coragem de conhecê-la agora.
3. Como estar entre eles.

VERS. 3. "Provas o meu coração." O metal, a fornalha, o refinador.
VERS. 3. "E de noite me examinas."
1. Glorioso visitante.
2. Indivíduo favorecido.
3. Estação estranha.
4. Lembrança refrescante.
5. Resultado prático
VERS. 3 (última sentença). Transgressões do lábio, e como evitá-las.

VERS. 4. A estrada e as trilhas. O mundo e o pecado. "Evitei os caminhos do violento" - um nome significativo para a transgressão.

VERS. 5. "Meus passos seguem firmes."
1. Quem? Deus segura.
2. O quê? "Meus passos." Minhas idas.
3. Quando? Tempo presente do verbo.
4. Onde? "Nas tuas veredas."
5. Para quê? Para que meus pés não escorreguem.
VERS. 5. Que eu observe Davi e aprenda a orar como ele orou [agradecido]:
"Meus passos seguem firmes nas tuas veredas; meus pés não escorregaram."
1. Veja seu percurso. Ele fala de andar. A religião não permite que um homem se sente e fique parado. Ele fala de seguir, de ir "nas veredas", nos caminhos de Deus. Estes são triplos.
(a) O caminho de seus mandamentos.
(b) O caminho de suas ordenanças.
(c) O caminho de suas dispensações.
1. Sua preocupação com respeito a seu percurso. É a linguagem de:
(a) Convicção;
(b) Apreensão;
(c) Fraqueza,
(d) Confiança (William Jay).

VERS. 6. Duas palavras, as duas grandes, embora pequenas, "clamar" e "ouvir". Duas pessoas, uma pequena e a outra grande. "Eu", "a ti, ó Deus". Dois tempos verbais: passado, "clamo" = tenho clamado, já clamei; futuro, "tu me respondes" = responderás. Duas maravilhas, que não clamamos mais, e que Deus ouve orações tão pouco dignas.

VERS. 7. (primeira sentença). A visão da amorosa bondade (longanimidade) desejada.
VERS. 7. "Tu, ó Deus" Deus, o Salvador de crentes.

VERS. 8. Dois emblemas muito sugestivos de ternura e cuidado. Envolvendo num caso unidade viva, como o olho com o corpo, e no outro, relacionamento amoroso, como da ave e seus filhotes.

VERS. 14. "Homens deste mundo, cuja recompensa está nesta vida." Quem são? O que têm? Onde o têm? O que vem em seguida?
VERS. 14. "Com a tua mão, Senhor, dos homens mundanos" (ARA). Controle providencial e uso de homens maus.

VERS. 15. Esta é a linguagem:
1. De um homem cuja cabeça já tomou sua decisão, que decidiu por si, cujas decisões não dependem das decisões de outras pessoas.
2. De um homem que está subindo na vida e tem grandes perspectivas à sua frente.
3. É a linguagem de um judeu.
VERS. 15. Ver a face de Deus significa duas coisas:
1. Gozar o seu favor.
2. Ter tempos de comunhão íntima com ele (William Jay).
VERS. 15. A esperança de felicidade (Sermão de Spurgeon). Divisões:
1. O espírito dessa frase.
2. O seu conteúdo.
3. O contraste nela subentendido.
VERS. 15. Ver Deus e ser como ele, o desejo do crente (J. Fawcett).

SALMO 18

TÍTULO
"Ao mestre da música um salmo de Davi, servo do Senhor, que falou ao Senhor as palavras deste cântico no dia em que o Senhor o livrou das mãos de todos os seus inimigos, e das mãos de Saul." Temos outra forma para este salmo, com variações significativas (2Sm 22), e que sugere a idéia de que foi cantado por Davi em ocasiões diversas quando ele reviu sua própria história extraordinária, e observou a mão graciosa de Deus em toda ela. Como o hino de Addison que começa "Quando todas as suas misericórdias, Ó meu Deus", este salmo é o cantar de um coração agradecido comovido com o retrospecto das múltiplas e maravilhosas misericórdias de Deus. Nós o chamaremos O RETROSPECTO AGRADECIDO. O titulo merece atenção. Davi, embora nessa época já fosse rei, se chama, "o servo de Jeová", mas não faz nenhuma menção de sua realeza; portanto, deduzimos que ele contava como honra maior ser servo do Senhor do que ser rei de Judá. Sábio o seu julgamento. Dono de um talento poético, servia ao Senhor compondo este salmo para o uso da casa do Senhor; e não é pouco trabalho dirigir ou melhorar aquela parte deleitosa do culto divino, o canto dos louvores ao Senhor. Oxalá mais habilidade musical e poética fosse consagrada, e que aos nossos principais músicos se pudesse confiar salmodia devota e espiritual. Deve-se observar que as palavras deste cântico não foram compostas para agradar o gosto dos homens, e sim, foram faladas, dirigidas a Jeová. Seria bom se tivéssemos um olhar mais específico à honra do Senhor em nosso cantar, e em todas as outras práticas sagradas. Vale pouco o louvor que não é dirigido somente e entusiasticamente ao Senhor. Davi bem pôde ser direto em sua gratidão, pois devia tudo ao seu Deus, e no dia de seu livramento a ninguém devia gratidão senão ao Senhor, cuja mão direita o preservou. Nós também deveríamos sentir que a Deus e somente a Deus somos devedores da maior dívida de honra e ações de graças.

Se nos lembrarmos de que o versículos 2 e 49 são citados no Novo Testamento (Hebreus 2.13; Romanos 15.9) como palavras do Senhor Jesus, ficará claro que um maior do que Davi está aqui. Leitor, você não precisa de nosso auxílio nesse respeito; se você conhece Jesus prontamente o achará nas tristezas, nos livramentos e nos triunfos dele através deste maravilhoso salmo.

DIVISÃO
Os três primeiros versículos são prefácio no qual a decisão de bendizer Deus é declarada. A misericórdia que livra é belamente exaltada na poesia do versículo 4 ao 19; e então o cantor feliz, do versículo 20 ao 28, protesta que Deus agiu retamente ao favorecê-lo desta forma. Cheio de alegria grata, ele novamente retrata seu livramento e antecipa vitórias futuras do versículo 29 ao 45; e no fechamento fala com presciência dos gloriosos triunfos do Messias, da semente de Davi e do ungido do Senhor.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A determinação do amor, a lógica do amor, as tribulações do amor, as vitórias do amor.
James Hervey tem dois sermões sobre o "Amor a Deus" baseados neste texto.

VERS. 2. As muitas excelências de Jeová para seu povo.
VERS. 2. Deus - a porção totalmente suficiente de seu povo (C. Simeon's Works, vol. 5, p. 85).

VERS. 3. Resolve-se orar; louvor é dado; resultado esperado.

VERS. 4-6. Retrato vívido de uma alma desesperada, e os recursos que procura na hora extrema.

VERS. 5 (primeira cláusula). A condição de uma alma convencida do pecado.
VERS. 5 (segunda cláusula). A maneira em que armadilhas e tentações se organizam, por feitura de Satanás, para nos atrapalhar ou nos impedir.

VERS. 6. A hora, a maneira, o escutar e o responder da oração.
VERS. 7. O tremer de todas as coisas na presença de um Deus irado.
VERS. 10. Agentes celestiais e terrestres subservientes aos propósitos divinos.
VERS. 11. A escuridade na qual Jeová se esconde. Por quê? Quando? E depois?
VERS. 13. Trevas e chuvas. "Granizo e brasas de fogo" (ARA). O assustador em sua relação a Jeová.
VERS. 16. O cristão, como Moisés, "tirado de águas profundas". O versículo inteiro é um assunto nobre; pode ser ilustrado pela vida de Moisés.
VERS. 17. O canto da vitória do santo sobre Satanás, e todos os demais inimigos.
VERS. 17 (última cláusula). Motivo ímpar, mas sólido, para esperar auxílio divino.
VERS. 18. A "arte" do inimigo. "Eles me atacaram no dia da minha desgraça." O inimigo acorrentado: "Mas o Senhor foi o meu amparo."
VERS. 19. A razão da graça, e a posição em que ela coloca seus escolhidos.
VERS. 21. Integridade de vida, sua medida, sua fonte, seu benefício e seus perigos.
VERS. 22. A necessidade de considerar as coisas sagradas, e a impiedade de negligenciá-las de forma descuidada.
VERS. 23. O coração reto e "aquele" seu estimado pecado ( Sermão de W. Strong).
VERS. 23. Peccata in deliciis; um discurso de pecados acariciados (P. Newcome).
VERS. 23. A tentação certa da retidão (Dr. Bates).
VERS. 25. A eqüidade do proceder divino (C. Simeon).
VERS. 26. Ecos, na providência, graça e juízo.
VERS. 27. Consolação para os humildes, e desolação para os altivos.
VERS. 27 (segunda cláusula). Os olhares altivos são abatidos. Num modo de graça e justiça. Entre santos e pecador. Um tema amplo.
VERS. 28. Uma esperança confortável para um estado desconfortável.
VERS. 29. Crer nas façanhas narradas. Variedade, difíceis em si, fáceis no acontecimento, completadas, a impunidade e a dependência da operação divina.
VERS. 30. O modo, a palavra e a guerra de Deus.
VERS. 31. Um desafio.
1. Aos deuses. O mundo, o prazer. Quais dentre estes merecem o nome?
2. Às rochas, confiança própria, superstição. Em quais podemos confiar?
VERS. 32-34. Posições que testam, adaptações graciosas, realizações elegantes, permanências seguras, reconhecimento agradecido.
VERS. 35. "O escudo da vitória." O que é? A fé. De onde vem? "Tu me dás." O que alcança? "Salvação" - o escudo da salvação. Quem já o recebeu?

VERS. 36. A benevolência divina em arranjar a nossa sorte.

VERS. 39. O Cavaleiro da Cruz da Salvação armado para a batalha.

VERS. 41. Orações que nada alcançam - na terra e no inferno.

VERS. 42. A derrota certa, o vexame final, a ruína do mal.

VERS. 43 (última cláusula). Nossa distância natural e pecaminosa de Cristo não é barreira nenhuma para a graça.

VERS. 44. Avanços rápidos do evangelho em alguns lugares, progresso lento em outros. Considerações solenes.

VERS. 46. O Deus vivo, e como abençoá-lo e exaltá-lo.

VERS. 50. A grandeza da salvação, "grandes vitórias"; seu canal, "o Rei"; e sua perpetuidade, "para sempre".

SALMO 19

ASSUNTO
Seria perder tempo investigar o período específico em que esse poema encantador foi composto, pois não há nada em seu título ou assunto que nos ajudasse nessa pesquisa. O cabeçalho, "Para o mestre da música, salmo de Davi", nos informa que Davi o escreveu, e que foi entregue ao Mestre encarregado da música no santuário para o uso dos adoradores reunidos. Nos primeiros dias, o salmista, enquanto vigiava o rebanho de seu pai, se dedicou ao estudo dos dois grandes livros de Deus - a natureza e a Escritura; e ele havia penetrado tão completamente no espírito destes dois únicos volumes de sua biblioteca que pôde com crítica devota comparar e contrastá-los, magnificando a excelência do autor como vista em ambos. Como são tolos e ímpios aqueles que em vez de aceitar os dois tomos sagrados e deleitar-se em ver a mesma mão divina em cada um, gastam todas as suas faculdades mentais tentando achar discrepâncias e contradições. Podemos estar seguros de que os verdadeiros "Vestígios da Criação" nunca entrarão em contradição com Gênesis, nem um "Cosmos" correto seria encontrado em desacordo com a narrativa de Moisés. É mais sábio aquele que lê tanto o livro-mundo, quanto o Livro-palavras como dois volumes da mesma obra, e que sente respeito a eles: "Meu Pai escreveu todos os dois".

DIVISÃO
Este canto se divide em três partes, até tratadas distintamente pelos tradutores em nossa versão. As coisas criadas mostram a glória de Deus, 1-6. A palavra mostra sua graça, 7-11; Davi ora por graça, 12-14. Assim, louvor e oração se combinam, e aquele que aqui canta a obra de Deus no mundo exterior roga por uma obra de graça em seu interior.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. "Os sermões astronômicos" [Astronomical Discourses], de Chalmer, sugerem ao pastor muitos modos de manejar este tema. O poder, a sabedoria, a bondade, a pontualidade, a fidelidade, a grandeza e a glória de Deus são muito visíveis nos céus.
VERS. 1-5. Um paralelo entre os céus e a revelação da Escritura, dando importância a Cristo como o Sol central das Escrituras.
VERS. 1. Os céus declaram a glória de Deus. Podemos nos unir nesse trabalho: nobreza, prazer, utilidade e dever de tal ocupação.

VERS. 2. Vozes do dia e da noite. Pensamentos do dia e da noite.

VERS. 3. "Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz", mas lê-se este versículo combinado ao versículo 4, o que sugere a eloqüência de uma vida reservada, discreta - silenciosa, porém, ouvida.

VERS. 4. Em que sentido Deus é revelado a todas as pessoas.

VERS. 4, 5, 6. O Sol da Justiça.
1. Seu tabernáculo.
2. Seu aparecimento como noivo.
3. Sua alegria como campeão.
4. Seu circuito e sua influência.

VERS. 5. "Com a alegria de um herói". A alegria da força, a alegria do trabalho santo, a alegria da recompensa antecipada.

VERS. 6. O poder penetrante do evangelho.

VERS. 7 (primeira cláusula). Escritura Santa.
1. O que é - "lei".
2. De quem é - "do Senhor"
3. Qual o seu caráter - "perfeito".
4. Qual o seu resultado - "tornam sábios os inexperientes" - converte a alma.
VERS. 7 (segunda cláusula).
1. Os estudiosos.
2. Livro da classe.
3. Professor.
4. Progresso.
VERS. 7 (ultima cláusula). A sabedoria de uma fé simples.

VERS. 8 (primeira cláusula). O poder de alegrar o coração que a Palavra tem.
1. Fundada em sua justiça.
2. Real em sua qualidade.
3. Constante em sua operação.
VERS. 8 (segunda cláusula). Ungüento dourado para os olhos.

VERS. 9. A pureza e a permanência da verdadeira religião, e a verdade e a justiça dos princípios sobre os quais é fundada.

VERS. 10. Dois argumentos para que ame os estatutos de Deus - proveito e prazer.
VERS. 10. Os deleites inexprimíveis de meditar sobre a Escritura Sagrada.

VERS. 11 (primeira cláusula):
1. O quê? "Advertido".
2. Como? "Por eles".
3. Quem? "Teu servo".
4. Quando? "É" - tempo presente.
VERS. 11 (segunda cláusula). Recompensas evangélicas - "Em", não por guardá-las.

VERS. 12, 13. Os três graus de pecado - secreto, presunçoso, imperdoável.

VERS. 13. "Pecados da Soberba" (Sermão de Spurgeon).
VERS. 13 (última cláusula). "A grande transgressão." O que não é, o que pode ser, o que envolve e sugere.

VERS. 14. Uma oração a respeito de nossas coisas sagradas.
VERS. 14. Todos desejam agradar. Alguns agradam a si mesmos. Alguns agradam os homens. Alguns procuram agradar a Deus. Assim fazia Davi.
1. A oração mostra sua humildade.
2. A oração mostra seu afeto.
3. A oração mostra a consciência do dever.
4. A oração mostra uma consideração pelo interesse próprio (William Jay).
VERS. 14. A harmonia do coração e dos lábios necessária para aceitação.

SALMO 20

ASSUNTO
Nós temos diante de nós um Hino Nacional, bom para ser cantado na eclosão de uma guerra, quando o monarca cinge sua espada para a luta. Se Davi não fosse fustigado com guerras, talvez nunca tivéssemos sido favorecidos com salmos como este. São necessárias as tribulações de um santo para que ele possa produzir consolação para outros. Um povo feliz roga aqui a favor de um soberano querido e, com coração amoroso, clama a Jeová: "Deus salve o rei". Deduzimos que esse cântico devesse ser cantado em público, não só pelo tema do canto, mas também pela dedicatória: "Ao mestre da música". Sabemos que seu autor foi o doce cantor de Israel, pelo título curto, "Um salmo davídico". A ocasião exata que o sugeriu, já seria pura tolice imaginar, pois Israel estava quase sempre em guerra nos dias de Davi. Sua espada pode ter ficado amassada por golpes, mas nunca ficou enferrujada. Kimchi lê o título, a respeito de Davi, ou, para Davi, e está claro que o rei é o assunto bem como o compositor do canto. Basta um momento de reflexão para perceber que esse hino de oração é profético do nosso Senhor Jesus, e é o brado da antiga igreja a favor de seu Senhor, quando ela o vê em visão suportando uma grande guerra de aflições em prol dela. O povo militante de Deus, com o grande Capitão da salvação à frente, pode rogar ainda com sinceridade para que prospere em sua mão o que agrada ao Senhor. Procuraremos nos ater a essa visão do assunto em nossa curta exposição, mas não podemos restringir nossos comentários.

DIVISÃO
Os primeiros quatro versículos são uma oração pelo sucesso do rei. Os versículos 5, 6 e 7 expressam confiança resoluta em Deus e seu Ungido; o versículo 8 declara a derrota do inimigo, e o versículo 9 é um apelo final a Jeová.

DICAS PARA O PREGADOR
Este salmo tem sido muito usado em sermões de coroação, ações de graças e jejuns e uma infinidade de bajulações chocantes e absurdas foi acrescentado pelos capelães-de-trincheiras da igreja no mundo. Se os reis fossem diabos, alguns teriam louvado seus chifres e cascos; porque mesmo que algumas de suas majestades foram servos muito obedientes do príncipe das trevas, esses falsos profetas chamavam-nos de "mui graciosos soberanos", e ficavam tão deslumbrados em sua presença como se tivessem contemplado a visão beatífica (C.H.S).
Salmo inteiro. Um canto leal e oração para súditos do rei Jesus.
VERS. 1. Duas grandes misericórdias na hora de grandes apuros - ser ouvido junto ao trono, e defendido pelo trono.
VERS. 1, 2.
1. As dificuldades do Senhor em sua natureza e sua causa.
2. Como o Senhor se exercitou em suas dificuldades.
3. Não devemos ser espectadores pouco comovidos com as dificuldades de Jesus (Hamilton Verschoyle).
VERS. 1-3. Um modelo de desejos bons para nossos amigos.
1. Incluem a piedade pessoal. A pessoa de quem se fala ora, vai ao santuário e oferece sacrifício. Devemos desejar a graça para nosso amigo.
2. Apontam para cima. As bênçãos são reconhecidas distintamente como sendo divinas.
3. Não excluem problemas.
4. São eminentemente espirituais. Aceitação.

VERS. 2. Ajuda do santuário - um tópico sugestivo.

VERS. 3. O respeito infindo de Deus pelo sacrifício de Jesus.

VERS. 3, 4. O grande privilégio dessa aceitação quádrupla no Amado.



VERS. 5. Alegria na salvação, para decisão e prática.
VERS. 5. Erguendo a bandeira. Confissão clara de fé e lealdade, declaração de guerra, alto índice de perseverança, afirmação de posse, sinal de triunfo.
VERS. 5 (última cláusula). Prevalece a intercessão de nosso Senhor, e a aceitação de nossas orações através dele.
VERS. 7. Confiança da criatura. Aparentemente poderosa, bem adaptada, aparatosa, ruidosa. Confiança fiel. Silente, espiritual, divina.
VERS. 7. "O nome do Senhor, o nosso Deus." Reflexões confortáveis vindas do nome e do caráter do verdadeiro Deus.
VERS. 8. A virada das mesas.
VERS. 9. "Concede vitória", Salva, Senhor. Uma das orações mais curtas e mais sólidas da Bíblia.
VERS. 9. (última cláusula).
1. A quem nos chegamos, e o que acontece. "A um rei."
2. Como nos chegamos, e o que significa. "Nós clamamos."
3. O que queremos, e no que isso implica. "Ele nos ouve."

SALMO 21

ASSUNTO
O título nos dá pouca informação; é simplesmente: "Ao mestre da música, um salmo de Davi". Provavelmente, tenha sido escrito por Davi, cantado por Davi, relacionado a Davi, e na intenção de Davi se referir, até onde pudesse o sentido alcançar, ao Senhor de Davi. Evidentemente, é o companheiro adequado do salmo 20, e está na sua posição apropriada ao lado dele. O salmo 20 antecipa o que esse vê como já realizado. Se oramos hoje por um benefício e o recebemos, nós precisamos, antes que o Sol se ponha, louvar a Deus por essa misericórdia, ou então, caso contrário, mereceremos ser negados da próxima vez. O salmo já foi chamado de "o canto triunfal de Davi", e podemos lembrar-nos dele como sendo a Triunfante Ode Real. "O rei" se sobressai nele todo, e nós o leremos com proveito verdadeiro se for doce a nossa meditação no Senhor enquanto o fazemos. Devemos coroá-lo com a glória da nossa salvação; cantando sobre seu amor, e louvando o seu poder. O salmo seguinte nos levará ao pé da cruz; este nos introduz aos degraus do trono.

DIVISÃO
A divisão dos tradutores atenderá a todos os propósitos. Ação de graças por vitória, versículos 1 a 6. Confiança em mais sucesso, versículos 7 a 13.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. A alegria de Jesus e seu povo na força e na salvação de Deus.
VERS. 1, 2. A doutrina da ressurreição de Jesus Cristo contida no texto pode ser considerada sob três aspectos:
1. Como resposta à oração.
2. Sua alegria nela - mesmo na ressurreição.
3. Como um anexo necessário disso - nossa própria preocupação individual na glória dele e em sua alegria (Hamilton Vieschoyle).

VERS. 2. O bem-sucedido advogado.

VERS. 3 (primeira cláusula). As misericórdias de prevenção.
VERS. 3 (primeira cláusula). DEUS INDO À NOSSA FRENTE, ou Deus antecipando nossas necessidades pelas suas dispensações misericordiosas. Deus evita que nos sobrevenham males com as bênçãos de sua bondade:
1. Quando entramos no mundo.
2. Quando pessoalmente nos tornamos transgressores.
3. Quando entramos nas obrigações e nos cuidados da vida madura.
4. Quando, no desenrolar geral da vida, adentramos em novos caminhos.
5. No escuro "vale da sombra da morte".
6. Dando-nos muitas misericórdias sem que as peçamos; e assim criando ocasião, não para petição, mas para louvor somente.
7. Abrindo-nos as portas do céu e abastecendo o céu com todas as provisões para nossa bem-aventurança (Samuel Martin).
VERS. 3. (segunda cláusula). Jesus coroado.
1. Suas obras anteriores.
2. O domínio concedido.
3. O caráter da coroa.
4. O "coroador" divino.

VERS. 4. Jesus eternamente vivo.

VERS. 5. A glória do mediador.

VERS. 6. Jesus é uma bênção para sempre.

VERS. 7. Jesus, e o exemplo de fé e de seus resultados.

VERS. 8. O pecador oculto será desentocado e privado de toda esperança de encobrimento.

VERS. 8, 9. A certeza e o terror do castigo dos ímpios.

VERS. 11, 12. A culpa e o castigo das más intenções.

VERS. 12. A retirada do grande exército do inferno.

VERS. 13. Uma doxologia devota.
1. Deus exaltado.
2. Só Deus exaltado.
3. Deus exaltado por sua própria força.
4. Seu povo cantando os seus louvores.
. 6. "Seu ungido." Nosso Senhor como o Ungido. Quando? Com que unção? Como? Para que posições?
VERS. 6. "Ele o ouvirá." É o sempre prevalecente Intercessor.
VERS. 6. "O poder salvador" de Deus, a força mais usada e mais habilidosa de sua mão.
VERS. 6 (primeira cláusula). "Agora sei." O momento em que a fé em Jesus enche a alma. A hora em que a certeza é dada. O período em que em um brilho, uma verdade, penetra na alma.

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