I. O que não é aconselhamento bíblico.
O
 aconselhamento bíblico é uma obrigação de todos os membros que estão 
bem solidificados, uma preocupação não apenas dos pastores mas de toda a
 igreja de Deus em prover base sólida para o crescimento cristão.
Já
 que várias distorções da verdade tem surgido com o nome de 
aconselhamento bíblico, antes de definirmos com precisão o que é 
aconselhamento bíblico precisamos saber o que não é aconselhamento 
bíblico. Em primeiro lugar, o aconselhamento bíblico não é uma atividade
 reservada para os especialistas. Paulo, em Rm 15, nos diz que o que um 
conselheiro cristão precisa é estar em comunhão com Cristo, nos versos 
de 1 a 13 ele mostra o que Cristo fez por nós e no 14, como consequência
 disso diz: "E certo estou, meus irmãos, sim, eu mesmo, a vosso 
respeito, de que estais possuídos de bondade, cheios de todo o 
conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros." Deixando 
claro que o que precisamos para sermos bons conselheiros é sermos 
salvos.
Em
 segundo lugar devemos notar que o aconselhamento bíblico não é uma 
atividade opcional para a Igreja. Podemos ver na atitude de Paulo que 
ele dava grande ênfase ao aconselhamento. Em At 20:31 ele nos mostra a 
intensidade com a qual ele realizava este serviço dizendo que o fazia 
dia e noite, e o fazia até o ponto de chorar por eles. Em Cl 1:28 ele 
nos mostra a amplitude desta obra quando diz que anunciou a todo homem. 
Por último devemos notar que o propósito do aconselhamento bíblico não é
 o bem-estar do homem mas a glória de Deus. Numa época em que a 
felicidade do homem esta acima de tudo, devemos notar que, ao contrário 
do que faz a psicologia, que se preocupa em como o homem pode alcançar o
 bem-estar, o aconselhamento noutético tem o propósito de glorificar a 
Deus. Paulo nos Adverte quanto a isso em Cl 1:28,29 dizendo: O qual nós 
anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a 
sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para
 isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo
 a sua eficácia que opera eficientemente em mim. Podemos notar aqui o 
propósito de suas admoestações era "apresentar todo homem perfeito em 
Cristo" e não que todo homem alcance felicidade aqui na terra, isto 
poderia até acontecer, mas é apenas a conseqüência de uma vida vivida 
dentro dos padrões que agradam a Deus.
II. O que é aconselhamento bíblico.
Duas
 palavras gregas são usadas na bíblia para o aconselhamento bíblico 
nouqetew (noutheteo) e parakalew (parakaleo). Baseados nos usos destes 
dois termos tentaremos formular nossa definição de aconselhamento 
bíblico.
O
 primeiro deste termo (noutheteo) tem três significados básicos: 
admoestar (At 20:31; Rm 15:14; I Co 4:14; I Ts 5:12,14), aconselhar (Cl 
3:16) e advertir (Cl 1:28; II Ts 3:15) e sempre da a idéia de mostrar ao
 irmão o seu erro através da Palavra de Deus e auxilia-lo na correção 
deste.
O
 segundo termo (parakaleo), de acordo com Walter Bauer, tem cinco 
significados. O primeiro deles é chamar alguém ao lado (At 28:20). O 
segundo da a idéia de convidar ( Lc 8:41; At 8:31; 13:42; 28:20). Um 
terceiro significado é o de requerer, apelar para, rogar (Mt 8:31,34; Lc
 7:4; Rm 12:1; I Co 15:16). O quarto significado é o de confortar, 
encorajar, incentivar (Lc 16:25; At 16:40; II Co 1:4; Cl 2:2). O último 
significado é o de consolar, conciliar, falar de maneira amigável (Mt 
5:4; Lc 15:28; I Co 4:13; 14:31; Ef 6:22).
Baseados
 nestes usos podemos dizer que o verdadeiro aconselhamento bíblico 
envolve ensinar ao irmão a viver de maneira a agradar a Deus aqui na 
terra, confortando-o em suas dificuldades, incentivando-o a permanecer 
firme em Cristo, visando o pleno desenvolvimento do irmão e a glória de 
Deus através deste
III. A teologia no aconselhamento bíblico.
O
 aconselhamento bíblico, por definição, tem como base as Escrituras, e 
uma vez que a Teologia é a ciência que busca sistematizar o conteúdo 
bíblico em tópicos, faz-se claro que o aconselhamento bíblico e a 
Teologia Sistemática devem andar lado a lado. Devemos notar que as duas 
se completam. A Teologia é a fonte de conteúdo para o aconselhamento 
bíblico, e o aconselhamento bíblico é onde a Teologia sistemática entre 
em prática. Esta seção visa demonstrar a ligação entre as várias 
doutrinas e o aconselhamento bíblico.
A. Bibliologia.
De
 nosso estudo de Bibliologia descobrimos que a Bíblia é a Palavra 
inspirada de Deus, inerrante em seu conteúdo, a revelação da vontade de 
Deus para o homem. Conclui-se que, como fonte de nosso aconselhamento 
devemos recorrer a ela para sabermos como fazer a vontade de Deus, que é
 o propósito do aconselhamento. E que podemos Ter a certeza de que 
encontraremos nela tudo o que precisamos para um aconselhamento eficaz.
B. Teologia propriamente dita.
A
 Teologia propriamente dita nos leva a reconhecer que só existe um Deus 
que merece todo o nosso louvor pois Ele é o criador e mantenedor de todo
 o universo. Logo, devemos Ter em mente que nosso aconselhamento deve 
levar o homem a conhecer e se relacionar de forma harmônica com este 
Deus.
C. Cristologia.
Na
 doutrina de Cristo entramos em contato com o plano redentor de Deus 
para o homem, e com a solução proposta por Deus para o mal que se 
enraizou no ser humano a partir de sua queda. Concluímos que a única 
solução possível para o mal do homem se encontra na pessoa e obra do 
nosso Senhor Jesus Cristo e não em alho de bom que o homem possa fazer.
D. Pneumatologia.
Estudando
 acerca do Espírito Santo vemos que é ele quem convence o mundo do 
pecado, que é o real problema da humanidade, inferimos daí que não se 
não estivermos na dependência do Espírito Santo nada do nosso esforço 
terá resultado.
E. Antropologia.
A
 doutrina do homem nos fala acerca do homem criado por Deus em estado de
 perfeição, e da ansiedade do homem por não mais poder desfrutar de um 
relacionamento aberto com Deus. Então nosso aconselhamento deve leva-lo a
 desejar a restauração deste dois elementos
F. Hamartiologia.
É
 no estudo da doutrina do pecado que encontramos a descrição perfeita do
 estado do homem e de suas necessidades. Um aconselhamento que leva em 
conta o fator pecado, e todo o mal que ele causou, na vida do homem esta
 mais apto para conseguir a solução para o problema do homem.
G. Soteriologia.
Um
 aconselhamento que já mostrou ao homem a sua condição, através da 
doutrina do pecado, mostra também a grandiosidade da transformação que 
precisa sofrer. É na doutrina da salvação que está a cura para o mal do 
homem, a esperança para a sua vida.
H. Eclesiologia.
A
 doutrina da igreja nos mostra a necessidade que o homem tem de 
participar do corpo de Cristo, e crescer junto com este corpo, o 
aconselhamento cristão levará o homem a reconhecer a necessidade de 
comunhão com outros que, como ele, buscam a glória de Deus em suas 
vidas.
IV. O valor do aconselhamento bíblico.
O
 valor do aconselhamento bíblico reside exatamente no que ele discorda 
da psicologia moderna, suas concepções acerca da natureza do homem, do 
problema que ele enfrenta e da solução para este.
Enquanto
 a psicologia vê o homem como inerentemente bom, que só precisa de bons 
estímulos, e de que o mal da sociedade que o cerca seja afastado para 
não influenciar seu comportamento. A Bíblia o descreve como um ser 
inteiramente corrompido, que só busca o que é mal aos olhos de Deus e 
incapaz de fazer o bem. Partindo de uma perspectiva correta, uma vez que
 é dada por Deus, ela pode ajudar melhor o homem e não torná-lo cada vez
 mais desesperado, como podemos ver no príncipe do existencialismo, Jean
 Paul Sartre: " O homem está condenado a liberdade". A Bíblia oferece a 
solução para o homem sim, mas não para um "homem bom" mas para um homem 
totalmente depravado.
Para
 a psicologia o problema do homem está em sua falta de auto-afirmação, 
ou no meio ambiente corrompido em que ele habita. A Bíblia apresenta o 
pecado como problema maior do homem e isto é que gera sua falta de 
auto-afirmação e um meio ambiente pervertido pelo próprio homem.
A
 cura para o mal do homem está na reestruturação do meio ambiente, como 
nos diz a psicologia moderna, ou em qualquer outro fator que esteja ao 
alcance do homem. Mas a Bíblia nos fala de uma transformação radical que
 não pode ser feita pelo próprio homem, mas tem que ser operada por 
Deus, aonde ele vai se despojar do velho homem e se revestir de um novo 
homem, uma transformação total, não uma mera correção de atitudes, mas 
uma transformação de essência.
ASPECTOS FÍSICOS E ESPIRITUAIS DO ACONSELHAMENTO
Para
 podermos auxiliar alguém em seus problemas é necessária uma perspectiva
 correta acerca da natureza do problema que aquela pessoa esta 
enfrentando. Nossa posição acerca da natureza do próprio homem influi 
diretamente em nossa atitude ao tratar dos problemas do homem. Se nós 
cremos que o homem é moralmente bom, com o desejo de fazer as coisas 
certas e que o atrapalha é uma sociedade corrompida, um meio ambiente 
desfavorável ou falta de recursos para que possa agir do modo correto, 
nosso esforço deve ser empregado em corrigir os defeitos e falhas da 
sociedade, melhorar o meio ambiente em que o homem vive e dar-lhe 
recursos para que ele consiga agir de modo correto.Mas se cremos que o 
homem é inerentemente mau, que o seu coração está totalmente revoltado 
contra Deus e que ele não quer e não pode fazer nada de bom, nosso 
esforço será em levar o homem a reconhecer a sua incapacidade e colocar 
sua vida aos pés dAquele que pode fazer uma transformação total na sua 
vida.Se nós cremos que por trás de todo mau comportamento do homem há 
algum fator biológico que o esteja pressionando a agir de determinada 
maneira, nossa atitude deve ser a de curar o corpo físico do indivíduo 
para que ele possa voltar a agir dentro dos padrões corretos. Mas se, 
por outro lado, não aceitamos o que os psicólogos chamam de "doença 
mental", mas vemos por trás de atitudes como depressão maníaca, 
esquizofrenia e outras pecados encobertos na vida das pessoas, nosso 
alvo deve ser o de levar estas pessoas a confrontarem os seus pecados 
com o auxílio do nosso Senhor Jesus Cristo. Vamos analisar os dois lados
 do problema (físico e espiritual), com episódios ocorridos na vida do 
nosso Senhor para podermos buscar o discernimento necessário para 
reconhecer o que é doença verdadeiramente e o que vem como resultado e 
até pecado direto na vida da pessoa. O primeiro caso é o do cego de 
nascença curado pelo Senhor (Jo 9). É importante para o nosso estudo 
aqui a pergunta inicial feita pelos discípulos ao Mestre: "Mestre, quem 
pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?" podemos inferir daqui
 uma pressuposição importante para nossa análise, os discípulos criam 
que havia doenças que eram resultados de pecados. E devemos notar também
 que Cristo não combateu esta idéia deles, o que era de se esperar se 
ela não fosse verdadeira, então podemos inferir que Cristo também 
acreditava que havia doenças que eram decorrentes do pecado, mas aquele 
não o caso e o próprio Cristo não o recriminou por pecado algum, apenas 
efetuou a sua cura física, sem colocar no cego mais sofrimento, 
afirmando que ele estava sofrendo por causa de seu pecado quando não 
era.O segundo caso que nós vamos analisar é o caso do paralítico do 
tanque de Betesda (Jo 5)
V.
 Neste caso podemos de novo a crença de Jesus de que haviam doenças que 
eram decorrentes de pecado, e que neste caso, o paralítico, 
provavelmente estava naquela situação exatamente por causa de seu 
pecado, pois Cristo o advertiu a não pecar mais para que não sucedesse a
 ele coisa pior. Note que Cristo não ousou confrontar o pecado do 
pecador quando foi o caso, mas ele não o fez na outra ocasião.
Logo,
 nós, como conselheiros devemos estar em constante dependência de Deus 
para não nos tornarmos como os amigos de Jó que só aumentaram ainda mais
 seu sofrimento, acusando-o de um pecado que ele não tinha cometido, mas
 também não devemos tratar tudo como causas naturais pois é nosso dever 
guiar as pessoas em pecado a restauração com Deus.
 Que o Senhor nos dê sabedoria e graça no aconselhamento! Adaptação: Pr. Adelcio Ferreira E a ele, Nosso muito obrigada pelo conhecimento transmitido
 
 
 
 
 

 
 
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