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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

SALMO 22 - 30


 

 

SALMO 22-30

TÍTULO
Ao mestre de música. De acordo com a melodia A corça da manhã (Aijeleth Shahar). Um salmo de Davi. Este poema de excelência singular foi entregue ao mais excelente dos cantores do templo; o chefe entre dez mil é digno de ser exaltado pelo principal Músico; nenhum mero cantor deve estar encarregado de tal composição; precisamos atentar para convocar nossas melhores habilidades quando Jesus é o tema do louvor. As palavras Aijeleth Shahar são enigmáticas, e seu sentido é incerto; alguns dizem que se referem a um instrumento musical usado em ocasiões de lamento, mas a maioria fica com a tradução de nosso subtítulo, "Concernente à corça da manhã". Esta interpretação é assunto de muita indagação e conjectura. Calmet acreditava que o salmo era dirigido ao mestre da música que encabeçava uma banda chamada "Corça da manhã", e Adam Clarke acredita ser essa a mais provável de todas as interpretações, embora pessoalmente se incline a crer que nenhuma interpretação deva ser tentada, e crê ser este um título meramente arbitrário e sem sentido, tais como os orientais sempre tinham o hábito de acrescentar a seus cânticos. Nosso Senhor Jesus é tantas vezes comparado a uma corça, e suas caçadas cruéis são descritas tão pateticamente neste salmo mais emotivo, que não podemos senão crer que o título indica o Senhor Jesus sob uma metáfora poética bem conhecida; em todo caso, Jesus é a corça da manhã sobre a qual Davi canta aqui.

ASSUNTO
Este é, acima de todos os outros, O SALMO DA CRUZ. Pode ter sido realmente repetido palavra por palavra por nosso Senhor quando estava pendurado na árvore; seria ousado demais afirmar que foi assim, mas mesmo um leitor casual poderá aventar essa possibilidade. Começa com "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" e termina, segundo alguns, no original com "Está terminado" ("Está consumado"). Em expressões lamentosas que surgem de profundezas inexprimíveis de angústia, podemos dizer que não há outro salmo igual a este. É a fotografia das horas mais tristes de nosso Senhor, o registro de suas palavras ao morrer, o lacrimatório de suas últimas lágrimas, o memorial de suas alegrias expirantes. Davi e suas aflições podem estar aqui em um sentido muito modificado, mas como a estrela é oculta pela luz do sol, aquele que vê Jesus provavelmente nem vê nem tem interesse em ver Davi. Temos diante de nós uma descrição tanto da escuridade como da glória da cruz, os sofrimentos de Cristo e a glória que se seguirá. Suspira-se pela graça de chegar perto e contemplar essa grande cena! Devemos ler reverentemente, descalçando-nos como Moisés diante da sarça ardente, pois se há terra sagrada em alguma parte da Bíblia, ela está neste salmo.

DIVISÃO
Do começo até o versículo 21, é um clamor plangente por auxílio, e do versículo 21 ao 31, um muito precioso antegozo de livramento. A primeira divisão pode ser subdividida no versículo dez, sendo os versículos 1 a 10 um apelo baseado no relacionamento pactual; e de 10 a 21 um igualmente sincero rogo que vem da iminência de seu risco de vida.

DICAS PARA O PREGADOR
SALMO INTEIRO
O volume intitulado Christ on the Cross [Cristo na cruz], do reverendo J. Stevenson, tem um sermão sobre cada versículo. Daremos os títulos por serem sugestivos. Ver. 1. O brado. 2. A queixa. 3. O reconhecimento. 4-6. O contraste. 6. A vergonha. 7. A zombaria. 8. O insulto. 9-10. O apelo. 11. A súplica. 12-13. O assalto. 14. A fraqueza. 15. A exaustão. 16. A perfuração. 17. O olhar de insulto. 18. O repartir das vestes e o sorteio. 19-21. A importunidade. 21. O livramento. 22. A gratidão. 23. O convite. 24. O testemunho. 25. O voto. 26. Satisfeitos os humildes; dos que buscam o Senhor há louvores; a vida eterna. 27. A conversão do mundo. 28. A entronização. 29. O autor da fé. 30. A semente. 31. O tema eterno e a obra. O completamento da fé.

VERS. 1. O brado do Salvador que morre.

VERS. 2. Oração não respondida. Pergunte o porquê; incentive nossa esperança a respeito; inste para que se continue na importunação.

VERS. 3. O que quer que Deus faça, precisamos ter em mente que ele é santo e é para ser louvado.

VERS. 4. A fidelidade de Deus nas eras passadas é um pedido para o tempo presente.

VERS. 4, 5. Santos antigos.
1. Sua vida. "Eles confiaram."
2. Sua prática. "Eles clamaram, choraram."
3. Sua experiência. "Não se decepcionaram."
4. Sua voz para nós.

VERS. 6-18. Cheio de sentenças marcantes sobre o sofrimento de nosso Senhor.

VERS. 11. As dificuldades de um santo, seus argumentos em oração.

VERS. 20. "Salva-me" (NVI). "Livra a minha alma" (ARA). A alma de um homem será muito preciosa para ele.

VERS. 21 (primeira cláusula). "A boca dos leões." Homens de crueldade. O diabo. Pecado. Morte. Inferno.

VERS. 22. Cristo como irmão, pregador, preceptor.
VERS. 22. Um doce assunto, um glorioso pregador, um relacionamento de amor, um exercício celestial.

VERS. 23. Um dever triplo: "louvem-no", "glorifiquem-no", "temam-no"; em direção a um objeto, "o Senhor"; para três personagens, "vocês que temem ao Senhor, descendentes de Jacó, descendentes de Israel", que são apenas uma pessoa.
VERS. 23. Glória a Deus o fruto da árvore em que Jesus morreu.

VERS. 24. Um fato consolador na história, testemunhado por experiência universal.
VERS. 24. (primeira cláusula). Um temor comum desfeito.

VERS. 25. Louvor público.
1. Um exercício deleitoso - "louvor".
2. Uma participação deleitosa - "Meu louvor".
3. Um objeto digno - "a ti".
4. Uma fonte especial - "de ti".
5. Um lugar apropriado - "na grande congregação".
VERS. 25 (segunda cláusula). Votos. Que votos fazer, quando e como fazê-los, e a importância de pagar os votos.

VERS. 26. Banquete espiritual. Os convivas, o alimento, o anfitrião e a satisfação.
VERS. 26 (segunda cláusula). Os interessados serão cantores. Quem são? O que farão? Quando? E qual a razão de esperar que o façam?

VERS. 27. (última cláusula). Vida eterna. Que vidas? Fonte de vida. Maneira de vida. Por que eternamente? Qual a ocupação? Que consolo se tira disso?
VERS. 27. A natureza da verdadeira conversão, e a extensão dela sob o reinado do Messias (Andrew Fuller).
VERS. 27. O triunfo universal do cristianismo é certo.
VERS. 27. A ordem da conversão.

VERS. 28. O império do Rei dos reis como é, e como será.

VERS. 29. Graça para os ricos, graça para os pobres, mas todos perdidos sem ela.
VERS. 29 (última cláusula). Um texto pesado sobre a vaidade da autoconfiança.

VERS. 30. A perpetuidade da igreja.
VERS. 30 (última cláusula). História da Igreja, a essência de toda a história.

VERS. 31. Perspectivas futuras para a igreja.
1. Conversões certas.
2. Pregadores prometidos
3. Gerações sucessivas abençoadas.
4. O Evangelho publicado.
5. Cristo exaltado.

SALMO 23

TÍTULO
Não há nenhum título inspirado para este salmo, e não é necessário, pois ele não registra nenhum evento especial, e não precisa de outra chave além daquela que todo cristão pode encontrar em seu próprio peito. É a Pastoral Celeste de Davi; uma obra poética excelente, que nenhuma das filhas da música pode superar. A clarinada da guerra aqui dá lugar ao cachimbo da paz, e aquele que tão recentemente chorou as mágoas do Pastor em melodia ensaia as alegrias do rebanho. Sentado sob uma árvore frondosa, com seu rebanho em volta, como o pastorzinho de Bunyan no Vale da Humilhação, visualizamos Davi cantando essa pastoral incomparável com um coração cheio de alegria; ou, se o salmo é o produto de seus anos avançados, temos certeza de que sua alma se voltou em contemplação para os solitários ribeiros de água que ondulavam sussurrantes entre os pastos do deserto, onde nos primeiros dias ela fazia sua morada. Esta é a pérola dos salmos, cujo esplendor suave e puro deleita os olhos; uma pérola da qual Helicon não precisa se envergonhar, embora o Jordão o reivindique. Desse canto delicioso pode-se afirmar que sua piedade e sua poesia são iguais, sua doçura e sua espiritualidade são incomparáveis.

A posição deste salmo é digna de nota. Segue o salmo 22, que é peculiarmente o Salmo da Cruz. Não há pastos verdes, não há águas tranqüilas do outro lado do salmo 22. Só depois que lemos "Meu Deus, meu Deus, porque me desamparaste?" é que chegamos a "O Senhor é meu Pastor". Precisamos conhecer por experiência o valor do derramamento de sangue, e vermos a espada acordada contra o Pastor, antes que possamos verdadeiramente conhecer a doçura do cuidado do bom pastor.

Já se disse que aquilo que o rouxinol é entre os pássaros, esta ode divina é entre os salmos; pois tem soado docemente nos ouvidos de muitos pranteadores em sua noite de choro, e o tem podido esperar por uma manhã de alegria. Eu me aventuro a compará-la também à cotovia, que canta enquanto sobe, e sobe enquanto canta, até que some de vista, e mesmo então não nos deixa sem ouvi-la. Observe as últimas palavras do salmo - "Habitarei na casa do Senhor para sempre" -; são notas celestiais, mais adequadas às mansões eternas do que a esses lugares de moradia abaixo das nuvens. Ó, que nós possamos entrar no espírito do salmo enquanto o lemos, e então viveremos a experiência dos dias do céu aqui na terra!

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Trabalhe a comparação entre um pastor e suas ovelhas. Ele governa, guia, alimenta e as protege; e elas o seguem, o obedecem, o amam e confiam nele. Pesquise se somos ovelhas; mostre a sina dos cabritos que se alimentam ao lado das ovelhas.
VERS. 1 (segunda cláusula). O homem que está além do alcance da penúria para o tempo presente e a eternidade.

VERS. 2 (primeira cláusula). O descanso de crer.
1. Vem de Deus - "Ele me faz".
2. É fundo e profundo - "deitar", repousar.
3. Tem sustento sólido - "em verdes pastagens".
4. É assunto para louvor constante.
VERS. 2. O elemento contemplativo e o elemento ativo são satisfeitos.
VERS. 2. A frescura e a riqueza das Sagradas Escrituras.
VERS. 2 (segunda cláusula). Em frente. O Guia, o caminho, os confortos da estrada, e o viajante nela.

VERS. 3. Restauração graciosa, direção santa e motivos divinos.

VERS. 4 O silêncio macio do trabalho do Espírito.
VERS. 4. A presença de Deus é o único apoio seguro na morte.
VERS. 4. Vida na morte e luz nas trevas.
VERS. 4 (segunda cláusula). A calma e a quietude do fim do homem bom.
VERS. 4 (última cláusula). Os sinais do governo divino - a consolação dos obedientes.

VERS. 5. O guerreiro banqueteado, o sacerdote ungido, o hóspede satisfeito.
VERS. 5 (última cláusula). Os meios e os usos do ungir do Espírito Santo contínuas vezes.
VERS. 5. Providenciais abundâncias, e qual o nosso dever a respeito disso.

VERS. 6 (primeira cláusula). A bem-aventurança do contentamento.
VERS. 6. Na estrada e em casa, ou atendentes celestiais e mansões celestiais.

SALMO 24

TÍTULO
Um salmo de Davi. Pelo título nada aprendemos senão sua autoria, que é interessante e nos leva a observar as maravilhosas operações do Espírito sobre a mente do doce cantor de Israel, capacitando-o a tocar a corda lamentosa no salmo 22, a despejar gentis notas de paz no salmo 23, e aqui a pronunciar tons majestosos e triunfais. Podemos fazer ou cantar todas as coisas quando o Senhor nos fortalece.
Este hino sacro provavelmente foi escrito para ser cantado quando a arca da aliança foi tirada da casa de Obede-Edom, para permanecer dentro de cortinas sobre o monte de Sião. As palavras não são impróprias para a dança sagrada de alegria na qual Davi foi à frente no caminho naquela ocasião jubilosa. O olho do salmista olhava, no entanto, além da subida típica da arca para a sublime ascensão do Rei da glória. Nós o chamaremos O CANTO DA ASCENSÃO.

DIVISÃO
O salmo forma um par com o salmo 15. Consiste de três partes. A primeira glorifica o verdadeiro Deus e canta o seu domínio universal; a segunda descreve o verdadeiro Israel, aquele que pode ter comunhão com ele; e a terceira retrata a subida do verdadeiro Redentor, que abriu as portas do céu para a entrada de seus eleitos.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O grande proprietário, suas terras e seus servos, seus direitos e sofrimentos.
VERS. 1. "Do Senhor é a terra."
1. Mencione outros requerentes - ídolos: papa, homem, diabo.
2. Julgue a causa.
3. Execute o veredicto. Use nossa substância, pregue em toda parte, reivindique todas as coisas para Deus.
4. Veja como fica gloriosa a terra quando ela leva o nome de seu Mestre.
VERS. 1 (última cláusula). Todos os homens pertencem a Deus. Seus filhos ou súditos, seus servos ou escravos, suas ovelhas ou seus bodes.

VERS. 2. Propósitos divinos realizados por meios singulares.
VERS. 2. Fundou-a sobre os mares. Instabilidade de coisas terrestres.

VERS. 3. A pergunta importantíssima.

VERS. 4 (primeira cláusula). Ligação entre moralidade externa e pureza interna.
VERS. 4 (segunda cláusula). Homens julgados por seus gostos que lhe dão prazer.
VERS. 4. "Mãos limpas."
1. Como limpá-las.
2. Como conservá-las limpas.
3. Como poluí-las.
4. Como conseguir que fiquem limpas de novo.

VERS. 4, 5. Caráter manifesto e favor recebido.
VERS. 5 (segunda cláusula). O homem bom recebendo justiça e precisando de salvação, ou o sentido evangélico de passagens aparentemente jurídicas.

VERS. 6. Aqueles que realmente buscam comunhão com Deus.

VERS. 7. Acomode o texto à entrada de Jesus Cristo em nossos corações.
1. Há obstáculos, "portais", "portas".
2. Precisamos removê-los: "abram-se".
3. A graça precisa capacitar-nos: "abram".
4. Nosso Senhor entrará.
5. Ele entra como "Rei", e "Rei da glória".
VERS. 7. A ascensão e suas lições.

VERS. 7-10:
1. Seu título - "O Senhor dos Exércitos".
2. Suas vitórias, implícitas na expressão. "O Senhor forte e valente na guerra".
3. Seu título como mediador, "o Rei da glória".
4. Sua entrada com autoridade no lugar santo. ("Messias" de John Newton).

VERS. 8. O poderoso herói. Seu status, seu poder, suas batalhas, suas vitórias.

VERS. 10. A soberania e a glória de Deus em Cristo.

SALMO 25

TÍTULO
Um salmo de Davi. Davi é retratado neste salmo como numa miniatura fiel. Sua confiança santa, seus muitos conflitos, sua grande transgressão, seu arrependimento amargo e suas aflições profundas estão todos presentes aqui, para que enxerguemos o próprio coração do "homem segundo o coração de Deus" (At 13.22). É evidentemente uma composição de Davi em idade mais avançada, pois menciona transgressões de sua juventude, e, pelas referências às artimanhas e à crueldade de seus muitos inimigos, não será especulativa demais a teoria de atribuir o salmo ao período em que Absalão encabeçava a grande rebelião contra ele. Este foi chamado o segundo dos sete Salmos Penitentes. É a marca de um verdadeiro santo que suas tristezas lhe lembrem os seus pecados, e sua tristeza pelo pecado o voltar para o seu Deus.

ASSUNTO E DIVISÃO
Os vinte e dois versículos deste salmo começam, no original, pela ordem do alfabeto hebraico. É o primeiro exemplo que temos de um acróstico ou cântico alfabético inspirado. Esse método pode ter sido adotado pelo escritor para ajudar a memória; e o Espírito Santo pode ter usado isso para nos mostrar que as graças do estilo e as artes poéticas podem ser empregadas legitimamente a seu serviço. Por que não se pode santificar para fins nobres toda a inteligência e criatividade do homem, colocando-a sobre o altar de Deus? Pela singularidade da estrutura do salmo, não é fácil descobrir quaisquer divisões marcantes; há grandes mudanças de pensamento, mas não há variação de assunto; os estados de espírito na mente do escritor são dois - oração e meditação -, e conforme aparecem, um por vez, devemos dividir os versículos. Oração de Sl 25.1-7; meditação, Sl 25.8-10; oração Sl 25.11; meditação Sl 25.12-15; oração Sl 25.16-22.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. Engenharia celestial para elevar uma alma presa à Terra.
VERS. 1. Devoção genuína descrita e recomendada.

VERS. 2. A alma ancorada, e as duas rochas das quais quer livramento.

VERS. 3. Decepção ou vergonha fora do lugar e em seu lugar.

VERS. 4. Divindade prática é o melhor estudo; Deus é o melhor professor; Oração é o meio de entrar na escola.

VERS. 4-5. Mostre. Ensine. Guie. Três classes na escola da graça.
VERS. 5.
1. Santificação desejada.
2. Conhecimento procurado.
3. Segurança apreciada.
4. Paciência exercida.
VERS. 5. Tu és Deus, meu salvador. Um texto rico e sobejante.
VERS. 5 (última cláusula). Como passar o dia com Deus (Matthew Henry).

VERS. 6. A antigüidade da misericórdia.

VERS. 6-7. As três coisas para lembrar.
VERS. 7 (primeira cláusula). O melhor Ato de Esquecimento (Thomas Fuller).
VERS. 7. O esquecimento desejado e o lembrar suplicado. Observe "meu..." e "teu...".

VERS. 8. Atributos opostos agindo juntos. Deus ensinando pecadores - uma grande maravilha.

VERS. 9 (primeira cláusula). Pureza moral é necessária para um juízo bem equilibrado.

VERS. 10. A misericórdia e a fidelidade de Deus na providência, e as pessoas que podem fruir disso o consolo.

VERS. 11. Uma oração modelar. Confissão, argumento, rogo.
VERS. 11. A grande culpa não é obstáculo para o perdão do pecador que volta (Jonathan Edwards).

VERS. 12. A santidade é a melhor segurança para uma vida bem ordenada. Livre arbítrio na escola, questionada e instruída.

VERS. 13. Um homem descansado para o tempo e a eternidade.

VERS. 14. 1. Um segredo, e quem o sabe.
1. Uma maravilha, e quem a vê.

VERS. 15.
1. Como nós somos. Um pássaro tolo.
2. Qual é nosso perigo? "A armadilha."
3. Quem é nosso amigo? "O Senhor."
4. Qual é nossa sabedoria? "Meus olhos."

VERS. 16. Uma alma desolada buscando companhia divina, e um espírito afligido, clamando por misericórdia divina. Nosso Deus é o bálsamo para todas as nossas feridas.
VERS. 16-18. Davi é um requerente bem como sofredor; e nunca nos ferirão essas tristezas que nos levam para perto de Deus. Por três coisas ele ora:
1. Livramento. Somos convocados a desejar isso, sempre com resignação à vontade divina.
2. Ser notado. Um olhar de bondade da parte de Deus é desejável em qualquer hora e em quaisquer circunstâncias, mas em aflição e dor, é como vida vinda da morte.
3. Perdão. Provações são capazes de avivar um sentimento de culpa (William Jay).

VERS. 18. Duas coisas nos são ensinadas aqui:
1. Que um olhar bondoso vindo de Deus é muito desejável na aflição:
(a) É um olhar de observação especial;
(b) É um olhar de compaixão terna;
(c) É um olhar de apoio e assistência (com Deus, poder e compaixão vão juntos).
2. O fortificante mais doce na aflição seria a certeza do perdão divino:
(a) Porque o problema é bem capaz de trazer à memória nossos pecados;
(b) Porque um sentimento de estar perdoado em grande medida removerá todos os temores estressantes de morte e julgamento.
Melhoria
1. Que adoremos a bondade de Deus, que alguém tão grande e glorioso chegue a olhar favoravelmente sobre qualquer um de nossa raça pecaminosa.
2. Que o benefício recebido pelo Senhor olhando para nós em aflições passadas, nos ponha a orar, e nos anime a ter esperança, de que agora ele nos olhará novamente.
3. Se um olhar de Deus é tão confortável, o que deve ser o céu! (Samuel Lavington).
VERS. 18.
1. É bom quando nossas tristezas nos fazem lembrar de nossos pecados.
2. Quando somos tão sinceros para ser perdoados quanto somos para ser livrados.
3. Quando trazemos ambas as coisas ao lugar certo em oração.
4. Quando somos submissos sobre nossas tristezas - "Olhe" - mas bem explícitos sobre nossos pecados - "Perdoe".

VERS. 19. Os inimigos espirituais do santo. Seu número, malícia, artimanhas, poder.

VERS. 20. Preservação da alma.
1. Seu caráter duplo: "Guarda" e "livra".
2. Sua terrível alternativa: "Não me deixes decepcionado."
3. Sua garantia eficaz: "Eu me refugio em ti" - Em ti está a minha confiança.
VERS. 20. Um guardar sobre-humano, um temor natural, uma confiança espiritual.

VERS. 21. O caminho aberto da segurança em ação, e o caminho secreto da segurança em devoção.

VERS. 22. A vida de Jacó, como típica da nossa, poderá ilustrar esta oração.
VERS. 22. Uma oração para a igreja militante.

SALMO 26

TÍTULO
Um salmo de Davi. O doce cantor de Israel aparece diante de nós neste salmo como quem suporta a censura; nisso ele foi o modelo do grande Filho de Davi, e é um exemplo encorajador para nós, para que levemos o peso da calúnia ao trono da graça. É simples conjetura imaginar que este apelo ao céu foi escrito por Davi na ocasião do assassinato de Is-Bosete, por Baaná e Recabe, para protestar sua inocência de toda e qualquer participação naquele assassínio traiçoeiro; o teor do salmo certamente concorda com a ocasião suposta, mas com tão tênue dica não é possível ir além de conjectura.

DIVISÃO
A unidade de assunto é mantida tão nitidamente que não há divisões claras. David Dickson fez um resumo admirável com estas palavras: "Ele apela a Deus", o supremo Juiz, no testemunho de uma consciência tranqüila, testemunhando, primeiro, seu esforço de andar retamente como um crente, Sl 26.1-3; segundo, de se guardar do contágio de conselho mau, causas pecaminosas, e exemplos dos ímpios, Sl 26.4-5; terceiro, de seu propósito de continuar a se comportar santa e justamente, por amor de compartilhar dos privilégios públicos do povo do Senhor na congregação, Sl 26.6-8. Com isso, ele ora para ser livre do juízo que virá sobre os ímpios, Sl 26.9-10, segundo seu propósito de fugir dos pecados deles, Sl 26.11, e encerra a oração com o consolo e a certeza de ter sido ouvido, Sl 26.12.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1.
1. Duas companhias inseparáveis - fé e santidade.
2. A bem-aventurança do homem que as possui. Ele não precisa temer o juízo nem o perigo no caminho.
3. O único meio de obtê-las.
VERS. 1 (última sentença) O poder sustentador da confiança em Deus.

VERS. 2. Exame divino. Sua variedade, severidade, natureza penetrante, exatidão, convicção, quando se deve desejá-lo, e quando é temido.

VERS. 3. Deleite para os olhos e segurança para os pés; ou o composto celestial de piedade - motivação e movimento, apreciação e ação, graça gratuita e boas obras.
VERS. 3. Teu amor está sempre diante de mim. Será bom seguir a Davi e guardar a misericórdia de Deus diante de nossos olhos. Isso deve ser feito de quatro modos:
1. Como assunto de contemplação.
2. Como fonte de encorajamento.
3. Como estímulo ao louvor.
4. Como exemplo para imitar (William Jay).

VERS. 4. Pessoas hipócritas. Quem são. Por que devem ser evitadas. O que acontecerá com elas. Dissimuladores. Descreva essa família numerosa. Mostre quais são seus objetivos. O mal feito a crentes pela sua astúcia. A necessidade de afastar-se delas, e o fim temível dessas pessoas.

VERS. 5. Más companhias. Os casos de maus resultados, respostas para desculpas dadas, avisos apresentados, insistência em motivos para parar com isso.

VERS. 6. A necessidade de santidade pessoal a fim de prestar culto aceitável.

VERS. 7.
1. A vocação do crente - um publicador.
2. O autor selecionado, e a qualidade de suas obras. "Tuas maravilhas."
3. A modalidade da propaganda - "falando de todas as tuas maravilhas".

VERS. 8. A casa de Deus. Por que a amamos. O que amamos nela. Como mostramos nosso amor. Como nosso amor será recompensado.

VERS. 9. "The Saint's Horror at the Sinner's Hell" (O horror que o santo tem do inferno do pecador) - é título de um sermão de Spurgeon.

VERS. 11. Os melhores homens necessitam de redenção e misericórdia; ou, o caminhar externo diante dos homens, e o caminhar secreto com Deus.

VERS. 12. De pé com segurança, posição honrada, louvor agradecido.
VERS. 12 (última cláusula). Salmodia da congregação, e nossa participação pessoal nela.

SALMO 27

TÍTULO E ASSUNTO
Nada se conclui pelo título de quando o salmo foi escrito, pois o cabeçalho, "Um salmo de Davi", é comum a tantos salmos; mas se é possível julgar pela matéria do cântico, o escritor estava sendo perseguido por inimigos, Sl 27.2-3, estava barrado da casa do Senhor, Sl 27.4, acabava de se separar de pai e mãe, Sl 27.10, e estava sujeito a difamação, Sl 27.12; não houve tudo isso junto quando Doegue, o edomita, falou contra ele para Saul? É um cântico de esperança feliz, que casa bem com aqueles que estão em provação, que aprenderam a se apoiar no braço do Todo-Poderoso. O salmo pode com proveito ser lido de uma maneira tríplice, como sendo a linguagem de Davi, da Igreja, e do Senhor Jesus. Assim a plenitude da Escritura se mostra ainda mais maravilhosa.

DIVISÃO
O poeta primeiro proclama sua confiança segura em seu Deus, Sl 27.1-3, e como ama a comunhão com ele, Sl 27.4-6. Ele, então, passa à oração, Sl 27.7-12, e conclui com um reconhecimento do poder sustentador da fé em seu próprio caso e com a exortação a outros para que sigam seu exemplo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A relação da iluminação à salvação, ou a necessidade de luz se os homens querem ser salvos.
VERS. 1. O herói cristão e as fontes secretas de sua coragem.
VERS. 1. O desafio destemido do crente.

VERS. 2. O caráter, o número, o poder e a crueldade dos inimigos da igreja, e o modo misterioso como têm sido derrotados.

VERS. 3. Paz cristã.
1. Mostrada na previsão calma da dificuldade.
2. Demonstrada na tolerância confiante da aflição.
3. Sustentada pelo auxílio divino e pela experiência passada, Sl 27.1-2.
4. Produzindo os mais ricos resultados, glória a Deus.

VERS. 4. A vida cristã modelar.
1. Unidade de desejo.
2. Sinceridade de ação.
3. Intimidade de comunhão.
4. Qualidade celestial da contemplação.
5. Progresso na educação divina.
VERS. 4. O afeto da estima moral para com Deus (Thomas Chalmers).
VERS. 4. Um suspirar por Deus (Sermão de R. Sibbes).
VERS. 4 (última clausula). Ocupações do Dia do Senhor e os deleites celestiais.
VERS. 4. (cláusula final). Matérias para se perguntar no Templo dos dias antigos, abertas à luz do Novo Testamento.

VERS. 6. O triunfo atual do santo sobre seus inimigos espirituais, sua gratidão na prática, e os louvores em viva voz.

VERS. 7. Oração. A quem é dirigida? Como? Clamo. Quando? Fica indefinido. No que se baseia? Misericórdia. O que precisa? Ser ouvida, respondida.

VERS. 8. O bem-sucedido requerente (Sermão de R. Sibbes).
VERS. 8. O eco.

VERS. 9.
1. Deserção censurada vivamente em todas as suas formas.
2. Experiência solicitada.
3. Auxílio divino implorado.
VERS. 9. O horror dos santos diante do inferno dos pecadores (James Scot).

VERS. 10. A porção do órfão, o consolo dos perseguidos, o paraíso dos que partem.

VERS. 11. O caminho do homem simples desejado, descrito, aprovado divinamente, "o teu caminho", "vereda segura", e ensinada por Deus, "Ensina-me... Senhor", "conduze-me".

VERS. 13. Fé, sua precedência sobre a visão, seus objetivos, seu poder sustentador.
VERS. 13. Ver para crer. Título de sermão de Spurgeon.

VERS. 14. A posição do crente, "Espere"; sua condição, "Coragem"; seu apoio, "viverei até"; sua perseverança, "espere" repetido segunda vez; sua recompensa.

SALMO 28

TÍTULO E ASSUNTO]
Novamente, o título "Um salmo de Davi" é geral demais para nos dar qualquer sugestão sobre a ocasião em que foi escrito. Sua posição, seguida ao salmo 27, parece ser proposital, porque é um par adequado e dá seqüência àquele. É outra daquelas "canções da noite" para as quais a pena de Davi era tão prolífica. Diziam os antigos naturalistas que o espinho no peito do rouxinol é que o fazia cantar. As tristezas de Davi o faziam eloqüente em salmodia santa. O principal clamor desse salmo é para que o suplicante possa não ser confundido com os perpetradores da iniqüidade por quem ele expressa a maior aversão; o salmo pode satisfazer qualquer santo caluniado, que sendo mal entendido pelos homens, e tratado por eles como pessoa indigna, está ansioso de se postar corretamente perante o julgamento de Deus. O Senhor Jesus pode ser visto aqui pleiteando ser representante de seu povo.

DIVISÃO
Os primeiros dois versículos imploram seriamente uma audiência com o Senhor numa hora de emergência cruel. No Sl 18.2-5, a porção dos maus é descrita e desaprovada. Em Sl 28.6-8, o louvor é dado pela misericórdia do Senhor em ouvir orações, e o salmo conclui com uma petição geral por toda a hoste de crentes militantes.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1 (primeira cláusula). A decisão sábia do pecador na hora de desânimo.
VERS. 1. O temor do santo de se tornar como os ímpios.
VERS. 1. O silêncio de Deus - que terror pode estar nisso.
VERS. 1 (última cláusula). Até que ponto pode afundar uma alma quando Deus esconde a face.

VERS. 1-2. Oração.
1. Sua natureza - um "grito":
(a) Palavras: o sinal de vida,
(b) A expressão de dor,
(c) O rogo de necessidade,
(d) A voz de sinceridade profunda.
2. Seu objetivo - "Ó Senhor, minha Rocha." Deus como nosso funda-mento, refúgio e amigo imutável.
3. Seu alvo - "Ouve", "Não permaneça calado." Esperamos uma resposta, resposta clara e manifesta, resposta rápida, resposta adequada, resposta efetiva.
4. Seu meio de comunicação - "as mãos para o teu lugar santíssimo". Nosso Senhor Jesus, o propiciatório verdadeiro.

VERS. 3. As pessoas para serem evitadas, a condenação para ser temida, a graça para nos guardar das duas coisas.

VERS. 4. Medida por medida, ou castigo proporcional ao merecimento.
VERS. 4. Empenhe-se pela medida do pecado, e não pelo mero resultado. Portanto, alguns são culpados de pecados que foram incapazes de cometer.

VERS. 5. Negligência culpável em que se persiste constantemente, perdendo muita benção, e envolvendo terrível condenação.

VERS. 6. Orações respondidas, um retrospecto e cântico.

VERS. 7. As posses do coração, confiança, experiência, alegria e música.
VERS. 7. Adorar a Deus por suas misericórdias.
1. O que Deus é para o crente.
2. Qual deve ser a disposição de nosso coração para com ele (C. Simeon).

VERS. 8. Todo o poder é dado aos crentes por causa de sua união com Jesus.

VERS. 9. "Uma oração pela igreja militante" é o título de um sermão de Spurgeon.

SALMO 29

TÍTULO
Um salmo de Davi. O título não nos dá nenhuma informação além do fato que Davi é o autor desse cântico sublime.

ASSUNTO
Parece ser opinião geral dos comentaristas modernos que este salmo pretende expressar a glória de Deus conforme é ouvida no trovão retumbante, e vista na tempestade equinocial. Assim como o salmo 8 deve ser lido à luz do luar, quando as estrelas estão brilhantes, e como o salmo 19 precisa dos raios do Sol nascente para realçar sua beleza, este salmo pode melhor ser recitado sob a asa negra da tempestade, ao rebrilho do raio, ou em meio ao crepúsculo dúbio que prenuncia a guerra dos elementos. Os versículos marcham à musica dos estampidos do trovão. Deus está conspícuo em toda parte, e toda a Terra se cala ante a majestade de sua presença. A palavra de Deus na lei e no evangelho é também retratada aqui em sua majestade de poder. Ministros verdadeiros são filhos do trovão, e a voz de Deus em Cristo Jesus é cheia de majestade. Assim, temos as obras e a palavra de Deus reunidas: e que nenhum homem as ponha abaixo por uma falsa idéia de que teologia e ciência podem ter qualquer possibilidade de se opor uma à outra. Nós, talvez, por um vislumbre profético, possamos contemplar neste salmo as temidas tempestades dos últimos dias e a segurança do povo eleito.

DIVISÃO
Os primeiros dois versículos são uma chamada à adoração. De Sl 29.3-10, o caminho da tempestade é traçado, os atributos da palavra de Deus são repetidos, e Deus é magnificado em toda a terrível grandeza de seu poder; e o último versículo fecha a cena docemente com a promessa segura de que o onipotente Jeová dará tanto força como poder ao seu povo. Que passem o céu e a terra, o Senhor certamente abençoará seu povo.

DICAS PARA O PREGADOR
VERS. 1. O dever de atribuir nossa força e sua honra a Deus; a penalidade de negligenciar fazer isso; o prazer de fazê-lo.
VERS. 1. Glorificação nacional deve ser no Senhor.

VERS. 2 (primeira cláusula). Tributos reais, o tesouro real, súditos leais pagando o devido, o rei os recebendo. Contrabandistas e guardas.
VERS. 2. (segunda cláusula). Ritualismo inspirado. O que fazer? Adorar. A quem? Ao Senhor. Como? Na beleza da santidade. Ausência de todas as alusões a lugar, hora, ordem, palavras, forma, vestimentas.

VERS. 3. A voz de Deus é ouvida na turbulência e acima da turbulência, ou em grandes calamidades pessoais e nacionais.

VERS. 4. O poder e a majestade do evangelho. Ilustre com os versículos seguintes.
VERS. 4 (última cláusula). "A voz majestosa" é o título de um sermão para Spurgeon.

VERS. 5. O poder do evangelho para quebrar, quebrantar.

VERS. 6. O poder inquietador do evangelho. Perturba.

VERS. 7. O fogo que vai com a palavra. Este é um assunto amplo.

VERS. 8. O acordar e alarmar lugares ímpios, irreligiosos, com a pregação da palavra.

VERS. 9 (última cláusula):
1. Templo incomparável.
2. Culto unânime.
3. Motivação forçosa.
4. Entusiasmo geral, "glória".

VERS. 10. O governo sempre presente e imperturbado de Deus.

VERS. 11. As bênçãos gêmeas da mesma fonte; as duas bênçãos, um só povo, um só Senhor.
VERS. 11. As duas vontades, as duas bênçãos, um único povo, um único Senhor.

SALMO 30

TÍTULO
Um salmo e canto na dedicação da casa de Davi; ou melhor, um salmo; um cântico de dedicação para a casa. Por Davi. Um cântico de fé visto que a casa de Jeová, aqui tencionada, Davi não viveu para contemplar. Um salmo de louvor, visto que um juízo terrível havia sido suspenso, e um grande pecado, perdoado. Pela nossa versão inglesa ou portuguesa, parece que este salmo foi pensado para ser cantado na construção daquela casa de cedro que Davi construiu para si, quando não mais precisou se esconder na Caverna de Adulão, mas já se tornara um grande rei. Se esse foi o sentido, seria bom observar que é direito o crente quando se muda dedicar sua nova morada a Deus. Devemos chamar nossos amigos cristãos e mostrar que, onde nós habitamos, Deus habita, e onde temos uma tenda, Deus tem um altar. Mas como o canto se refere ao templo, para o qual era alegria de Davi depositar material, e para o terreno que comprou mais tarde no passar dos anos, o terreiro de Araúna, precisamos nos contentar com a fé santa que previu o cumprimento da promessa feita a ele com respeito a Salomão. A fé pode cantar:

"Gloria a ti por toda a graça
que eu ainda não provei."

Em todo este salmo, há indicações de que Davi estivera muito aflito depois de se ter, presunçosamente, imaginado estar seguro. Quando os filhos de Deus prosperam de um jeito, geralmente, são provados de outro, porque poucos de nós podemos ter pura prosperidade. Mesmo as alegrias da esperança precisam ser misturadas com as dores da experiência, e tanto mais quando o conforto cria segurança carnal e autoconfiança. Não obstante, o perdão logo seguiu o arrependimento, e a misericórdia de Deus foi glorificada. O salmo é um cântico, não uma lamúria. Que seja lido à luz dos últimos dias de Davi, quando ele havia contado seu povo, e Deus o castigou, e, depois, em misericórdia, mandou o anjo embainhar a espada. No terreiro de Araúna, o poeta recebeu a inspiração que rebrilha nesta ode deleitoso. É o salmo da numeração do povo, e da dedicação do templo que comemorou a suspensão da praga.

DIVISÃO
Em Sl 30.1-3, Davi exalta o Senhor por livrá-lo. Em Sl 30.4-5, convida os santos a se unirem com ele para celebrar a compaixão divina. Em Sl 30.6-7, confessa a falta pela qual foi castigado. Sl 30.8-10, repete a súplica que ofereceu, e conclui com a comemoração de seu livramento e voto de louvor eterno.

DICAS PARA O PREGADOR
Título. Dedicação da casa, e como arranjá-la.
Salmo inteiro. Neste poema, podemos ver o funcionamento da mente de Davi antes, e sob, e depois da calamidade. 1. Antes da calamidade: Sl 30.6. 2. Sob a calamidade: Sl 30.7-10. 3. Depois da calamidade: Sl 30.11-12 (William Jay).

VERS. 1 (primeira cláusula). Deus e seu povo exaltando um ao outro.
VERS. 1 (segunda cláusula). A felicidade de ser preservado para não ser o escárnio dos inimigos.
VERS. 1. A decepção do diabo.

VERS. 2. O homem doente, o médico, a campainha da noite, o remédio, e a cura; ou, um Deus da aliança, um santo enfermo, um coração em choro, uma mão que cura.

VERS. 3. Erguimento e preservação, duas misericórdias diletas; vistas como mais ilustres por haver dois terríveis males, a sepultura, e a cova; logo rastreados até o Senhor. (Tu) tiraste-me...

VERS. 4. Canto, um culto sagrado; santos especialmente convocados; divina santidade, um assunto ótimo; Memória, uma ajuda positiva nele.

VERS. 5. A ira de Deus em relação a seu povo.
VERS. 5. A noite de choro, e a manhã de alegria.
VERS. 5. Vida no favor de Deus.
VERS. 5. A natureza passageira da aflição do crente, e a permanência da sua alegria.

VERS. 6. Os perigos singulares da prosperidade.
VERS. 6-12. A prosperidade de Davi o embalou num estado de segurança indevido. Deus lhe mandou essa aflição para despertá-lo. Os estados sucessivos de sua mente estão marcados aqui claramente; e devem ser considerados sucessivamente à medida que são apresentados à nossa vista.
1. Sua segurança carnal.
2. Sua negligência espiritual.
3. Suas orações fervorosas.
4. Sua recuperação rápida.
5. Seu reconhecimento agradecido (Charles Simeon).

VERS. 7 (primeira cláusula). Segurança carnal; suas causas, seus perigos e suas curas.
VERS. 7 (última cláusula). Os gemidos piedosos de uma alma em treva espiritual.

VERS. 8. Ligado ao versículo 3 - a oração é o remédio universal.

VERS. 9 (primeira cláusula). Argumentos com Deus pela vida continuada e favor renovado.
VERS. 9 (última cláusula). A ressurreição, um tempo no qual o pó louvará a Deus e declarará a sua verdade.

VERS. 10. Duas pedras preciosas de oração; curtas, mas completas e necessárias.
VERS. 10. Senhor, sê tu o meu auxílio. Vejo muitos cair; eu também cairei, se não me sustentares. Sou fraco; sou exposto à tentação. Meu coração é enganoso. Meus inimigos são fortes. Não posso confiar no homem; não ouso confiar em mim mesmo. A graça que recebi não me protege sem ti. Senhor, sê tu o meu auxílio. Em cada dever; em cada conflito; em cada aflição; em cada esforço de promover a causa do Senhor; em cada tempo de prosperidade; em cada hora que vivemos, esta oração curta e inspirada cabe bem. Que possa fluir de nossos corações, estar freqüentemente em nossos lábios, e ser respondida em nossa experiência. Pois se o Senhor nos ajuda, não há nenhuma obrigação que não possamos executar; não há inimigo que não possamos vencer; não há dificuldade que não possamos superar ("Daily Remembrancer" ["Diário de lembranças"] de James Smith).

VERS. 11. Transformações. Repentinas; completas; divinas, tu; pessoais, "para mim"; graciosas.
VERS. 11. Em veste de alegria. Abra a metáfora. Dança santa.
VERS. 11. A mudança de veste do crente: ilustre com a vida de Mordecai ou José do Egito; mencione todas as vestes que o crente pode precisar "vestir", como enlutado, como pedinte, como criminoso.

VERS. 12. Nossa glória, e sua relação com a glória de Deus.
VERS. 12. O fim das dispensações graciosas.
VERS. 12. Silêncio - quando se peca.
VERS. 12 (última cláusula). O voto do crente e a hora de fazê-lo. Veja o salmo todo.

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